sábado, 15 de maio de 2010

Epílogo

Essa semana pensei com tanto fervor na falta que a caneta sente das minhas mãos que senti pena da caneta, das minhas mãos e do papel, sempre em branco.
Enquanto as folhas do caderno ficam me fitando em silêncio penso que essa situação não pode continuar.
E, para a alegria da minha letra que começa a sair meio tronxa,
quase como uma criança começando a dar os primeiros passos e caindo no chão, as palavras vão se formando. Letra após letra, como no meu curso de espanhol, começo a escrever.
Antes era o medo. Perdi a intimidade com as palavras e pensei que todas elas me rejeitariam quando eu começasse a acariciá-las com a ponta da caneta.
No entanto, nosso reencontro foi como um cão ao reconhecer o dono, distante durante um longo inverno.